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Ser pai

Ser pai

(E. E. Soviersovski)

 

Ser pai é ter a vida virada de cabeça para baixo. É ver a responsabilidade do dia a dia aumentar de forma vertiginosa, assistir às notícias do mundo e se questionar sobre como será o futuro, se haverá segurança para todos os tipos de perigos que podem surgir, se ainda haverá pessoas confiáveis ou sobre quais novos vírus e bactérias estaremos enfrentando.

É diminuir as festas, jogos de futebol, o surf, os jogos de cartas e as viagens de lazer. É assistir somente mais tarde aquele filme que acabou de lançar, e, por vezes, deixar de ver as partidas do seu time favorito para fazer o(a) pequenino(a) dormir, ou ficarem brincando juntos no parquinho.

É pensar duas vezes antes de responder o chefe ou tomar alguma atitude precipitada no trabalho, porque, afinal, tem mais alguém para alimentar.

Mas também é amar incondicionalmente. Sentir o coração quentinho quando recebe um sorriso desdentado, orgulhar-se das primeiras palavras do bebê, das notas boas da criança, e da formatura do filho ou da filha crescida. É ter a coragem de dizer “não” quando necessário, postergar a reunião importante para assistir à apresentação de dança em que ninguém faz os passos de forma correta e ainda assim, aplaudir com lágrimas nos olhos. É aprender, aprender e aprender a todo momento. É se tornar uma pessoa melhor enfrentando desafios, noites em claro e festinhas de aniversário. Mais tarde, mais noites em claro para buscar, de madrugada, o(a) seu(sua) adolescente nas baladas. E depois ver a família crescer com os netos e, se tiver sorte, com os bisnetos.

Então parabenizo todos os papais, não porque estamos em agosto, quando se comemora o Dia dos Pais, mas porque a paternidade é muito maior do que uma data. Não a paternidade daqueles que não assumem os filhos que “fazem”, mas a dos que tentam dar o seu melhor todos os dias aos seus dependentes, biológicos ou não.

A você, que já passou por alguma dessas situações, por todas elas ou por circunstâncias bem diferentes, mas que as encarou com garra e muito amor junto com o seu parceiro ou parceira, ou mesmo sozinho, ressalto o seu valor e honra, do fundo do meu coração, porque a sua postura pode fazer a diferença no mundo, quando o(a) seu(sua) filho(a) vier a tomar as próprias decisões, como um cidadão(ã) ou “apenas” como um ser humano.

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