Vamos quebrar um paradigma? (E. E. Soviersovski) Neste período em que são apresentados “5…
Trova
(E. E. Soviersovski)
O português é um idioma muito belo. E com as suas mais de 440.000 palavras (de acordo com o novo Dicionario Houaiss da Lingua Portuguesa), dá para contar as histórias mais lindas, sinistras, cômicas, românticas, etc, etc. Enfim, dá para entrar pelos mais diversos caminhos do gênero literário que o autor escolher para encantar o leitor.
Você sabia que há um único gênero literário considerado exclusivo da língua portuguesa? Estou falando da Trova, que é um poema de uma única estrofe com quatro versos, onde cada um contém sete sílabas fonéticas. No passado, a regra era ter, pelo menos, o segundo verso rimando com o quarto, mas na atualidade, o primeiro também deve rimar com o terceiro. O que não mudou é que a estrofe deve ter o sentido completo, não aceitando complementação. É importante ressaltar que a sílaba poética (ou métrica) pode ser diferente da gramatical, pois é regida pelo som, e a última sílaba a ser contada em um verso é a última sílaba tônica.
De acordo com o seu conteúdo uma trova pode ser classificada como: Filosófica (contém ensinamentos, pensamentos, etc…), Lírica (fala de sentimentos), ou Humorística (propõe-se a fazer rir). E acredite, em quatro linhas isso é possível, sim.
Eu, que sempre fui apaixonada por textos escritos em prosa, fui conquistada por esse formato de versos, e concordo com Fernando Pessoa, que disse: “A Trova é o vaso de flores que o povo põe à janela de sua alma.” Também achei encantadoras as palavras de Waldir Neves, um dos grandes trovadores brasileiros: “A Trova é a arte de acomodar o infinito nos limites de um grão de areia.” Lindo, não? Segue um exemplo, de Edgard Barcelos Cerqueira:
Saudade – lembrança triste
De tudo que já não sou…
Passado que tanto insiste
Em fingir que não passou!
Nos dias 28 e 29 de julho de 2023, estive em Irati, no Centro Cultural Clube do Comércio, para a premiação do IV Concurso Literário Foed Castro Chamma, onde a minha crônica foi contemplada com o 4º. lugar, para o qual não caibo em mim de alegria. No evento, também aconteceram as premiações dos I Jogos Florais de Irati e do Concurso de Haicai Chão dos Pinheirais, e para abrilhantar a cerimônia, muito se falou sobre trovas. A respeito delas, foi realizado um concurso relâmpago no qual ousei participar, na categoria de Novos Trovadores. E, para a minha grata surpresa, a minha trova venceu em 2º. lugar. Como hoje estou mais poética, ei-la:
Ainda tenho esperança
de ver mais humanidade.
Com mais amor à criança
e mais gestos de irmandade.
(E. E. Soviersovski)
Então, que tal se dar a chance de escrever uma trova? Se nunca se permitir, pode jamais descobrir o quanto é bom ou boa nisso. Pense a respeito… e ouse também.
(Fontes https://tinyurl.com/t29vu77r — https://tinyurl.com/3jjuhzyc — https://pt.wikipedia.org/wiki/Trova )
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